O presidente em exercício do Coritiba, Glenn Stenger, confirmou que o Coritiba deve concluir o processo de venda da SAF ainda neste ano.
Segundo apurado pelo ge, o clube tem conversas avançadas com o grupo brasileiro Treecorp Investimentos e espera apresentar o projeto ao Conselho Deliberativo neste primeiro semestre.
Na entrevista, o dirigente voltou a reforçar que a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é o único caminho para o Coxa conseguir competir com times de maior orçamento.
O torcedor tem que entender que nenhum clube médio conseguirá sobreviver no mercado sem ter uma retaguarda financeira pesada. Todos estão se movimentando para tal, a exceção dos gigantes, Palmeiras, Corinthians e Flamengo.
— Glenn Stenger, à TV Coxa
- O Coritiba passou por um processo de reestruturação financeira em 2022. Coisa que times, que já se tornaram SAF, não passaram. O clube pretende, durante o ano de 2023, concluir o processo de SAF. Mas é um processo distante e que exige uma série de implicações legais e comerciais para que o clube tenha tranquilidade de estar fazendo um bom negócio - completou.
Modelos de SAF
O ge apurou que o negócio está sendo conduzido para um “fundo de private equity”, que investe em empresas de capital fechado e não estão listadas em Bolsa. As tratativas se iniciaram há pouco mais de um mês.
Para um entendimento simples, esses fundos captam dinheiro de investidores para comprar empresas. A ideia dessa modalidade é receber investimentos de diversos cotistas (pessoas) e comprar um percentual no Coxa.
No modelo adotado pelo Alviverde, o clube deve negociar 90% da sua SAF a um fundo de investidores.
- Existem tipos de SAFs. Nós temos que ser prudentes na SAF do Coritiba. Eu não vou citar nomes, mas eu não posso ter uma SAF que sirva para formar jogador e ser trabalhada como uma filial de outro time. Não, o Coritiba é um time que vai ter investimentos para buscar novos passos no mercado nacional. Não queremos e nem vamos admitir que o investidor transforme o Coritiba em um clube satélite - destacou.
Empresa interessada
A Treecorp está em fase de diligência dos ativos do Coritiba para ver a compatibilidade dos valores ofertados. A empresa de investimento tem o conhecido empresário Roberto Justus como conselheiro e acionista minoritário.
Isso não significa, contudo, que Justus fará parte da gestão. Pelo contrário. A empresa e o clube definirão quem será o gestor da SAF alviverde e já buscam nomes no mercado. A ideia é que o Coritiba possua uma gestão empresarial, com profissionais especializados no futebol.
Dentro do futebol, o retorno dos investidores pode vir por meio de transferências de atletas, a retirada de dividendos (divisão dos lucros entre os acionistas) ou esperar até o clube valorizar e revender.
Esse último deve ser o caminho do Coritiba. O recomendado até mesmo no “private equity” é aguardar, assim como também dentro dessa nova ideia de SAF. O prazo, geralmente, é de sete a 10 anos.
Intermediadora do negócio, a corretora XP Investimentos foi quem buscou os investidores no mercado. A empresa também já tinha sido responsável por procurar Ronaldo Fenômeno para comprar a SAF do Cruzeiro.
Treecorp Investimentos
Fundada em 2010, a Treecorp tem três sócio-diretores e aproximadamente R$ 2 bilhões sob gestão em 11 empresas de seu portfólio. Ademicon, Zeedog, Cabana Burguer e Zul digital estão entre elas.
O Coritiba, inclusive, tem uma parceria com Ademicon: o "Consórcio Coxa" de forma digital. Ao aderir, o torcedor alviverde estará automaticamente contribuindo com o clube. Não existe relação de interesse antigo, já que o consórcio foi realidado em 2021.
O nome mais conhecido, contudo, é do ex-publicitário Roberto Justus, que entrou na empresa há dois anos. Ele declarou em novembro do ano passado que estava comprando um clube de futebol em entrevista ao podcast Flow e que não era o “seu time de coração”. Justus torce para o São Paulo.
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