O vice-prefeito de Concórdia e Deputado Estadual do PL eleito, Edilson Massocco, participou na tarde desta quinta-feira (22) do programa Papo@, com os apresentadores, Fernando Martini, Serginho Primam e Luis Longhini para falar sobre a eleição a Deputado Estadual, a diplomação em Florianópolis que ocorreu esta semana e a polêmica eleição no Legislativo de Concórdia e o racha entre PSDB e PL.
Massocco iniciou a explicação de onde entende que a relação entre os partidos começou a ficar estremecida e que em dois eventos houve aborrecimento entre as partes.
“A Câmara de Vereadores, no meu ponto de vista foi usada como volante de manobra pra dizer que o governo queria ruptura. Um fator predominante que criou alguns desentendimentos foi a eleição para Deputado Estadual. A gente precisa entender algumas coisas, eu enfrentei uma eleição difícil. Essa emissora de rádio publicou uma matéria onde o PSDB se reuniu em um evento em Julho, onde tinha 1200 pessoas, demonstrando apoio de candidatura a Marcos Vieira, tendo apoio do prefeito, Rogério Pacheco e a primeira-dama Jucela, que trabalhou fortemente para o candidato. Teve um evento no centro da cidade na Praça Dogello Gosso e todos sabem que houve uma discussão entre eu e a Jucela (primeira-dama) e ela usou de palavras fortes, na presença de todos, onde ela disse: “olha eu fiz campanha ferrada e ferranha contra você”. E eu disse: “então esqueceu fazer campanha para seu candidato”. Porque se fizeram um evento para o candidato, reunindo 1.200 pessoas o candidato só faz 1.800 votos, tem coisa errada. Mas a primeira-dama tem que entender até onde vai as prerrogativas dela”, comentou Massocco.
Já em relação ao Troféu Migrante, Massocco acredita que tenha sido desrespeitado e não foi lhe dado a palavra no evento por ordem do prefeito.
“De forma covarde fui o único a não falar. Fui convidado a tarde pelo secretário (Wagner Simioni) pra estar lá, ele me disse que eu faria o uso da palavra, não que isso me fizesse melhor ou maior. Mas o secretário falou junto as entidades que “o prefeito te cortou”. Então eu cito algumas coisas que mostram que a Câmara foi só um estopim que tentam usar agora para mandar o PL embora e não dizer que é mais importante”, lamentou.
Ele continuou falando sobre o ponto que culminou no termino da relação política entre os partidos.
“Mas vamos lá: Presidência da Câmara. O prefeito viaja pra Itália e não me chama para assumir o cargo. Na segunda eu chego e tem uma ata do prefeito me passando o cargo. O que eu fiz, chamei os quatro vereadores do PL e os quatro do PSDB e dei publicidade. Conversei com os vereadores do PSDB, inclusive com a presença de Wagner Simioni e fiz a pergunta se o acordo da Câmara estaria mantido e falei que o candidato do partido seria o Jaderson Miguel e recebi a resposta positiva do presidente Fabiano Caitano e do Fernando Busetto. Fui viajar a Florianópolis e na semana começaram burburinhos que poderia acontecer algo e, na quinta-feira, antes da eleição, sem ninguém entender nada o Wagner (Simioni) se exonera”.
Edilson Massocco afirma que o partido entendeu que, no momento que Simioni retorna para a Câmara era por algum motivo alheio ao acordo que foi feito, pois mesmo o suplente vota, ele só não pode fazer parte da mesa. Massocco disse que, como o acordo era o vereador Fernando Busetto ser vice-presidente da mesa, não havia necessidade de Wagner Simioni retornar, pois o suplente João Cardoso poderia votar normalmente.
“O partido descobre isso, porque segredo as vezes não funciona, sempre tem alguém que fala. Na sexta de manhã havia uma reunião marcada entre os partidos da base, mas apenas o presidente Fabiano Caitano compareceu, além do João Cardos que estava revoltado, pois havia recebido a informação de que o Wagner retornou sem que alguém o comunicasse. Ou seja, eles ficariam em quatro titulares para compor uma possível mesa do PSDB. Analisem que o PL também tinha um suplente, pois o João Reitel estava como secretário, ou seja, não conseguiria compor uma mesa. Acredito que eles quisessem fazer isso para levar como surpresa na segunda-feira”, explica. “Quando a gente descobre isso, eu ligo para o Fabiano (Caitano), várias vezes, mas ele não me atende. Na sequencia os quatro vereadores nossos (PL) vão falar com o presidente que diz: “Nem eu estou mais entendendo o que está acontecendo e não tenho nada para falar”, destacou.
Massocco argumentou que na sexta-feira (2) a tarde consegue falar com Fabiano Caitano e o avisa que não quer divisão nos partidos. Ele continua afirmando que passado o sábado e boa parte do domingo, não conseguiu nenhuma garantia de que o acordo poderia continuar. No domingo pela manhã, o deputado eleito conta que saiu uma informação de que o PSDB apoiaria o vereador Anderson Guzzatto para a presidência. Por sua vez, Guzzatto liga para a direção dos tucanos e avisa que continuaria com o partido e apoiaria o nome que até então era Jaderson Miguel. Massocco então chamou os vereadores do PL para uma conversa onde foi definido que o partido teria uma chapa para a mesa diretora e com apoio de Closmar Zagonel do MDB.
“No domingo a tarde nos reunimos na casa do Dirceu Biondo e definimos que faríamos uma chapa já que não havíamos recebido garantia alguma do PSDB. Aí conseguimos o quinto voto, de Closmar Zagonel, mas com a fala dele que apoiaria se o Fábio Ferri fosse o presidente. Naquele momento recebemos ligação do PSDB, mas aí o caixão já estava fechado. Resumo da história: armaram mal, trucaram com o mole e armaram toda essa bagunça desnecessária”, finalizou Massocco explicando como foi a movimentação de bastidores sobre a eleição da mesa diretora.
Outros assuntos
Massocco foi indagado de como deve ser o mandato na Assembleia Legislativa
“Devo percorrer de 8 a 10 mil km por mês. Uma função bem diferente da de vice-prefeito que eu ia com meu veículo para visitar obras. Agora temos um Estado para percorrer com 293 municípios. Quero ser um ente de aproximação dois municípios junto aos secretários de Estado e os prefeitos”, comentou”.
Massocco falou sobre a trajetória política de como foi chegar na Assembleia Legislativa.
“Temos a consciência da responsabilidade e o compromisso que assumimos. Muito embora muitas autoridades do município não reconheçam, mas a minha candidatura surgiu de um desejo da sociedade e a minha eleição do povo que me escolheu”.
Edilson Massocco citou que o único nome que convidou oficialmente até agora para trabalhar com ele em Florianópolis, na assessoria jurídica, foi do Roberto Kurtz Pereira. Segundo Massocco, o mesmo “ficou de pensar e dar a resposta”. |