Em 13 dias, Santa Catarina teve um aumento de 76,2% no número de casos ativos da Covid-19. De acordo com dados do Painel do Coronavírus do NSC Total, o Estado passou de 1.809 pacientes em 1º de novembro para 3.187 neste domingo (13). Especialistas apontam que a presença de uma nova cepa e o baixo índice de vacinação têm contribuído para o aumento dos números.
O crescimento na curva de casos ativos ocorre há cerca de duas semanas no Estado. Ao comparar, por exemplo, com a situação da doença na última semana, o aumento foi de 56,6%. No dia 6 de novembro, eram 2.035 casos ativos, conforme o painel.
A última vez que o Estado teve mais de três mil pacientes infectados com a Covid-19 foi em 1º de setembro, quando eram 3.583.
Apesar do aumento nas infecções, o mesmo não ocorre com as internações, que seguem um patamar de estabilidade. Neste domingo, conforme o painel, 13 pessoas estavam internadas em Santa Catarina para tratamento da Covid-19, sendo que cinco eram em UTIs adultas e 8 em pediátricas.
De acordo com o professor da Univille e infectologista Tarcisio Crocomo, a circulação de uma variante no Estado tem contribuído para o aumento nos casos, além da falta de imunização:
— O motivo sobre as causas [do aumento de casos ativos] seria a presença da nova cepa circulando e a capacidade de transmissão, o tempo mais “frio” por um tempo maior como de costume , e, infelizmente dados de que existe um grande número de pessoas que ainda não estão imunizadas, inclusive com nenhuma ou com o esquema incompleto.
Até esta segunda-feira (14), 89,06% da população vacinável recebeu o esquema primário de vacinação contra Covid-19, o que equivale a 6.025.580 doses aplicadas. Em relação a primeira dose de reforço, o esquema vacinal está em 54,51% em maiores de doze anos, enquanto a segunda dose de reforço está em 19,95%, se levar em conta apenas as pessoas maiores de 30 anos — para quem a vacina está liberada no Estado.
Na última semana, Santa Catarina confirmou os primeiros casos de uma subvariante da Ômicron, que tem sido responsável pelo aumento de casos de Covid-19 no mundo. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), os dados foram analisados pelo Laboratório Central (Lacen). A identificação da sublinhagem BQ.1.1 foi feita pelo laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Eles foram registrados em Camboriú (1), Florianópolis (2), São José (1) e Joinville (1).
Conforme o superintende de Vigilância em Saúde Eduardo Macário, a nova variante influencia o aumento do contágio por conta do desenvolvimento biológico do vírus.
— Sua principal característica é apresentar mutações na proteína spike, que permitem que ela se ligue e infecte nossas células com maior facilidade. Com isso, a variante BQ.1.1 pode apresentar alta capacidade de ser transmitida entre a população, inclusive apresentando risco de escape vacinal para casos leves — diz o superintendente.
— As medidas de prevenção devem ser seguidas. E lembrar a principal delas, que nos ajudou a melhora a situação, que é a vacina. Soma-se isso a cuidados como o uso da máscara por pessoas mais suscetíveis ou em situações de maior risco. De qualquer forma, cada individuo deve se proteger para que assim possam colaborar e proteger a todos — finaliza. |