Mais um capítulo da CPI da Chapecoense acontecerá na próxima quarta-feira. As seguradoras Tokio Marine Klin e AON da Inglaterra prestarão depoimento ao Senado. Este deve ser o último processo para concluir o relatório final, que cobra respostas sobre a tragédia aérea de 2016. A Comissão Parlamentar de Inquérito analisa desde 2019, as causas do acidente que matou 71 pessoas.
A AON será representada pela primeira vez na Comissão. O corretor Simon Kaye foi convocado em requerimento pelos senadores Jorge Kajuru, Esperidião Amim e Leila Barros. No documento, os parlamentares apontam os e-mails trocados entre o corretor e Loredana Albacete, proprietária da LaMia.
A extinta companhia aérea da Bolívia teve sua autorização de operação suspensa e o certificado de explorador de serviços aéreos cassado, em decorrência desse acidente. O conteúdo das mensagens, às quais a CPI teve acesso, tratava sobre a redução de 300 milhões de dólares para 25 milhões de dólares das apólices pagas em caso de acidentes aéreos.
A Tokio Marine já foi ouvida outras vezes pela comissão, como em fevereiro deste ano, quando o presidente da seguradora no Brasil, José Adalberto Ferrara, depôs defendendo que a representante brasileira não teve ligação com o contrato assinado entre a LaMia e a Tokio Marine Britânica.
CPI da Chapecoense
A previsão inicial de término da CPI era em maio, mas para ouvir as seguradoras, o processo foi adiado para 11 de julho. No final do mês passado, o Senado divulgou o relatório final e concluiu que cinco empresas são responsáveis pela indenização às famílias das vítimas da tragédia aérea:
LaMia Corporation, sediada na Bolívia;
Bisa Seguros, também boliviana, com quem a LaMia contratou seguro;
Tokio Marine Kiln Limited, sediada no Reino Unido, com quem a Bisa contratou resseguro;
Aon UK e Grupo Estratégica (antiga Aon Bolívia), que funcionaram como representantes da seguradora e da resseguradora e orientadores da LaMia.
A Comissão Parlamentar de Inquérito foi aberta em 2019, e analisa as causas do acidente aéreo que matou 71 pessoas em novembro 2016. Um dos principais temas é o atraso no pagamento da indenização às famílias das vítimas. Em 2020 o processo foi interrompido durante a pandemia de Covid-19 e retornou no ano passado.
O acidente
Em 29 de novembro de 2016, o avião que levava a delegação Chapecoense para a partida de ida da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu nas proximidades de Medellín. A aeronave transportava jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas.
Além de representantes das vítimas, da Chapecoense, da seguradora, da empresa aérea LaMia e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a CPI ouviu também o executivo de finanças da Petrobras, Ricardo Rodriguez Besada Filho, e autoridades da Caixa Econômica Federal.
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