Em entrevista à Coluna do Estadão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que não pretende retornar ao Brasil tão cedo e que está disposto a abrir mão do mandato para permanecer nos Estados Unidos. Segundo ele, a decisão é um “sacrifício” feito em nome da “liberdade”.
Eduardo Bolsonaro abre mão do mandato e diz ter tomado essa decisão por ter a certeza de que, se retornasse, seria “perseguido e preso” pelo ministro do Alexandre de Moraes.
“Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender… Eu tô me sacrificando para levar adiante a esperança de liberdade”, disse.
O mandato de Eduardo Bolsonaro entra na reta final de uma licença, que expira no próximo domingo. Questionado sobre isso, o deputado disse estar conversando com assessores, mas admite que pode perder o cargo. “Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui. O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante do que o trabalho que eu poderia fazer no Brasil.”
Eduardo alega que no Brasil estaria sujeito a medidas restritivas e injustiças judiciais, como ocorreu, segundo ele, com o ex-ministro Anderson Torres. “Eu não vou cometer o erro de retornar ao Brasil achando que teria um julgamento decente”, disse, acrescentando que não submeterá a família a visitas na prisão “sem ter cometido crime nenhum”.
Eduardo Bolsonaro abre mão do mandato e desafia Moraes a pedir extradição
Ele afirma que o mesmo movimento político que tentou apreender seu passaporte agora estaria sendo feito para prendê-lo, a partir de ações de parlamentares do PT e decisões articuladas com a PGR. “Eu desafio o Alexandre de Moraes a me condenar à revelia e mandar o pedido de extradição para os Estados Unidos.”
Sem ter comunicado formalmente ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sobre a possível renúncia ao mandato, Eduardo reforça que seguirá “trabalhando pela causa” nos EUA. “Tenho dois caminhos bem claros: seguir nos Estados Unidos ou retornar para ser preso.”
Questionado se não teme ser chamado de fujão, o deputado rejeita a ideia e diz que vem recebendo apoio do público. “Estou ganhando seguidor a todo momento. Apoio popular. Fiz um evento na Califórnia com presença de pastores e estou organizando outro em Miami, dia 26 de julho.”
Eduardo Bolsonaro abre mão do mandato e diz que sua permanência fora do país é uma forma de resistência. “Tô me sacrificando, sacrificando o mandato, para levar adiante a esperança de liberdade.”
|