Um grupo de cavaleiros de Paulo Lopes, na Grande Florianópolis, resolveu realizar uma jornada diferente das de costume, invertendo o caminho e partindo da pequena cidade de Planalto Alegre, no Oeste de Santa Catarina, com destino ao município de origem. O trajeto começou no dia 30 de maio e deve terminar no fim do mês de junho.

A viagem, que atravessa o estado de ponta a ponta, é mais do que um trajeto a cavalo — é uma demonstração de resistência e amor pelas tradições gaúchas. Ao longo de mais de 600 quilômetros, os participantes enfrentam o frio, a chuva e o calor, unidos por um propósito comum que vai além das estradas de terra: manter viva a cultura do tropeirismo e prestar homenagens religiosas no caminho.

Ao todo, oito homens integram o grupo. O trajeto, que deve durar de 20 a 25 dias, é planejado com ajuda de um caminhão de apoio, que acompanha os cavaleiros durante todo o caminho, servindo como base para descanso, preparo das refeições e armazenamento da ração dos animais.

Além de garantir suporte, o veículo também funciona como abrigo improvisado durante as noites, além das tradicionais barracas. Cada parada é também um momento de troca com moradores das comunidades por onde passam, que costumam receber o grupo com curiosidade, acolhimento e gestos de solidariedade.

Ao longo do caminho, os cavaleiros contam que a recepção tem sido acolhedora nas cidades de Xaxim, Faxinal dos Guedes e Vargeão, onde o grupo foi recebido com hospitalidade por moradores. “As pessoas nos recebem com uma satisfação enorme, dão luz pra gente, dão água pros cavalos, tudo. É muito gratificante”, conta o cavaleiro Luiz José Machado, de 68 anos.

Paulo Roberto Hoffmann, o Beto, de 58 anos, é cavaleiro há 20 e diz que a turma gosta de superar desafios. Em 2021 e 2023, os tropeiros saíram de Paulo Lopes com destino a Aparecida, em São Paulo. O trajeto durou cerca de 45 dias e teve mais de 1,4 mil km na garupa.