Um episódio triste virou motivação para a jovem Joana Gamperl, de Presidente Getúlio, no Vale do Itajaí. A atleta de 13 anos perdeu a mãe, mas prometeu a ela que seria jogadora de futebol e essa promessa fez Joana chegar no Criciúma, para começar este sonho.
O Cruzeiro, de Presidente Getúlio, foi o primeiro clube que abriu as portas para Joana dar os primeiros chutes no campo.
— Eu cresci com meu irmão e meu primo e sempre me apeguei ao futebol. Eu tinha um grande sonho de jogar futebol, mas nunca tive a oportunidade de jogar no campo, até que uns amigos falaram do Cruzeir. Minha mãe entrou em contato com o Lincoln [Campestrini, técnico do Cruzeiro] e o Mani [Odenílson Pereira, presidente do Cruzeiro], agradeço muito a eles por abrirem essa porta para mim — disse Joana.
Joana começou a treinar no Cruzeiro em abril, e a mãe da jovem, além de levá-la aos treinos, acompanhava os trabalhos no campo.
— Ela sempre me levava, chegou a ver uns quatro treinos e sempre ficava na arquibancada sorrindo quando eu fazia gol, isso me marca. Sempre que faço um gol eu agradeço a ela.
Contudo, em maio, começaram os dias difíceis para a família de Joana. A jovem, que já não tinha o pai, que faleceu quando Joana ainda era pequena, perdeu a mãe por complicações no coração.
— Fui visitar ela [na UTI] e fiquei duas horas e meia na sala com ela, mas foram as melhores duas horas e meia da minha vida. A gente ficou rindo. Foi o melhor dia da minha vida — conta Joana, emocionada.
A virada de jogo de treinar com os meninos no Cruzeiro, para o Criciúma aconteceu com muita ajuda dos profissionais do Cruzeiro. Depois da primeira reportagem feita pela emissora RBA TV Alto Vale com a Joana, Odenílson Pereira, presidente do clube, recebeu diversas mensagens de times de futebol profissional para dar oportunidade para a atleta e Odenílson começou a prospectar lugares para a jovem.
Contudo, um tio de Joana a incentivou para tentar uma seletiva do futebol feminino de base no Criciúma, onde ela conseguiu a vaga.
— Sem palavras para descrever o tanto que eu fiquei feliz naquela hora [quando foi aprovada na seletiva]. Foi um momento inesquecível. Quero agradecer muito o meu tio Norberto, que sempre acreditou em mim, me motivou a ir para Criciúma. Pra mim ele é como um pai, uma pessoa muito especial para mim — relata Joana.
— Quero agradecer muito minha mãe e meu pai, que estão lá no céu me iluminando e trazendo esses anjos na minha vida. É muito gratificante – acrescenta a jovem sobre as pessoas que ajudaram ela no Cruzeiro.
Seletiva do Criciúma
Joana participou da seletiva do Criciúma no dia 16 de dezembro, com cerca de 180 meninas nascidas entre 2006 e 2013. As avaliações aconteceram no Centro de Treinamento Antenor Angeloni. |