A situação de Rio do Sul, no Alto Vale, é dramática. O município nem saiu da enchente que começou na semana passada e já prevê nova elevação do Itajaí-Açu. Isso porque, conforme anunciou o prefeito José Thomé, são esperados até 150 milímetros de chuva entre quarta (22) e quinta (23). Além disso, as barragens de Taió e Ituporanga, que influenciam o nível da água na cidade, estão vertendo.
— O cenário é desolador por prevermos mais uma subida do rio, em níveis de 12 metros ou até mais. Vamos avaliar a condição dos diferentes modelos ao longo dos dias e divulgar alterações, mas os moradores precisam estar cientes e entender que mexemos na cota já por prudência prevendo um volume considerável de chuva na semana — disse o prefeito.
Rio do Sul passa pela quinta enchente somente este ano. Na atual, o pico do Itajaí-Açu chegou a 13,04 metros na madrugada de sábado (18). Foi a segunda maior inundação da história da cidade. Na medição das 7h desta segunda-feira (20), o nível da água ainda estava em 10,14 metros. A última atualização da prefeitura apontava cerca de 1,8 mil pessoas nos 21 abrigos.
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José Thomé disse compreender o desejo dos moradores de voltar para casa e restabelecer estabelecimentos comerciais. no fim de semana, muita gente se dedicou a limpar imóveis onde a água já tinha baixado. Entretanto, o prefeito frisou considerar temerário que os pertences sejam levados de volta a esses locais de onde foram tirados, uma vez que a expectativa é por nova elevação do Rio Itajaí-Açu.
A barragem de Taió atingiu a capacidade máxima e vertia 13 centímetros na manhã desta segunda-feira (20). Em Ituporanga, a estrutura superou o limite e o vertimento no começo do dia era de 80 centímetros.
Além de helicópteros dos bombeiros e das polícias, 100 soldados chegaram a Rio do Sul no domingo para prestar apoio no resgate de vítimas e entrega de mantimentos nas cidades afetadas pela enchente no Alto Vale do Itajaí. O governo de Santa Catarina tem enviado itens básicos para atender as primeiras necessidades dos atingidos, mas pede que quem puder também ajude.
Segundo a secretária de Estado do Desenvolvimento Social, Maria Helena Zimmermann, nesse momento a necessidade é por cesta básica, colchão, roupa de cama e itens de higiene pessoal. Não é preciso roupas e alimentos não perecíveis. Os mantimentos podem ser entregues em qualquer unidade da Polícia Militar e na sede da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, em Florianópolis. |