Entre a noite de quarta-feira (15) e a madrugada de quinta-feira (16), um aglomerado de tempestades severas avançaram pela região do Grande Oeste de Santa Catarina, que foram provocadas pela atuação de uma frente fria na Região Sul do Brasil, combinada ao fluxo de uma massa de ar quente e úmida que vem do norte. Estas tempestades provocaram danos associados a vendavais e chuvas intensas, com diversas ocorrências de quedas de árvores, alagamentos e enxurradas. Destacam-se as ocorrências registradas no município de Itá, onde foram observados dezenas de eucaliptos torcidos e algumas árvores removidas pela raiz. Em Seara, município vizinho, também foram relatadas quedas de árvores. As imagens abaixo ilustram o ocorrido.

Nas imagens do Radar Meteorológico de Chapecó, foram observadas tempestades se aproximando por volta da meia noite. Estas tempestades apresentavam potencial para descargas elétricas, intensas rajadas de vento e queda de granizo, assim como alagamentos e enxurradas devido a intensidade da chuva. Especificamente entre os municípios de Seara e Itá, as imagens dos radares meteorológicos apresentaram uma assinatura de tornado. Na abaixo à esquerda, que apresenta a refletividade observada (dBZ), é possível observar a formação de um gancho na retaguarda da tempestade, característica associada a células de tempestade com potencial para formação de tornados. Ainda, na figura abaixo à direita, que apresenta o campo dos ventos estimados pelo radar, foi observado um padrão de dipolo por volta de 1km de altura. Isto indica que, nas regiões mais próximas da superfície, os ventos estavam com intensidade muito forte e apresentavam rotação. Estas duas imagens apresentam assinaturas claras da ocorrência de um tornado.

Portanto, é possível concluir que, na madrugada do dia 16 de novembro de 2023, por volta da 1h da manhã, entre os municípios de Seara e Itá, durante a atuação de tempestades severas na região do Grande Oeste de Santa Catarina, foi observada a formação de um tornado através das imagens do Radar Meteorológico de Chapecó. Segundo as estimativas do radar, as velocidades do vento superaram a casa dos 100 km/h, o que corrobora com os relatos e imagens das dezenas de árvores torcidas e arrancadas na região.