O jornalista Gustavo Maiato conversou recentemente em seu canal no YouTube com Fabrício Mazocco, pesquisador do rock nacional e autor de Contrapontos, a biografia de Augusto Licks, ex-guitarrista dos Engenheiros do Hawaii.
Sobre um retorno da banda, nos moldes como aconteceu recentemente com os Titãs, Maiato diz: “Eu acho muito difícil que aconteça uma reunião da formação clássica dos Engenheiros do Hawaii. E acredito que não é justo compará-los com o caso dos Titãs, porque são bandas distintas”.
O pesquisador ressalta que o retorno dos Titãs está ligado à nostalgia: “Olha o que os Titãs fizeram! E o engraçado é que isso eles não fizeram quando estavam juntos… é a possibilidade de encontro, porque você tem aí um pessoal depois de 92 que fala: ‘Eu não vi um show com o Arnaldo [Antunes], por exemplo”.
Ele continua: “É um momento único que você tem. E os caras encheram estádios. Cara, eles encheram três Allianz Parque e tão enchendo mais três Allianz Parque de novo”. Então, Maiato comenta que os Engenheiros também poderiam fazer o mesmo e Mazocco completa: “Eu acho… eu desconfio… eu acho que teria público, muita gente querendo ver”.
O pesquisador revelou que Carlos Maltz, ex-baterista dos Engenheiros, tentou entrar em contato sobre a possibilidade de uma reunião, mas não obteve sucesso. Por outro lado, Augusto Licks, parece mais aberto à ideia (via Whiplash.Net).
Para ele, o legado da banda é gigantesco: “Quando você vai nos shows do Humberto [Gessinger] você tem aquelas pessoas com mais de 40, mas também há aqueles de 15 e 16 anos… o que prova a capacidade que esses artistas [do rock nacional] têm de reciclar esse público… e o rock não está hoje na mídia”.
No bate-papo, Mazocco enfatizou que dificilmente o fenômeno do rock nacional da década de 1980 será replicado, muito por conta da mudança no cenário da mídia e da indústria da música.
“Bandas como Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Ira! se tornaram ícones porque emergiram em um momento em que o rock nacional se tornou um fenômeno cultural e midiático. Na década de 80 até o final dos anos 90, o rock nacional dominou de forma avassaladora”, explicou.
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