O Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), ordenou a corregedoria a “apurar e punir” os envolvidos na operação clandestina da Polícia Militar que “expulsou” mais de 30 pessoas em situação de rua de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina na madrugada desta terça-feira (31).
A operação clandestina da Polícia Militar de Itajaí teria sido feita sem autorização do comando, sem qualquer planejamento “à revelia e sem conhecimento de do Comando do Batalhão”, destacou a PM.
Ao ND+, a PM afirmou que não vai comentar o caso e não atualizou a situação dos policiais envolvidos, se já foram afastados ou continuam nas ruas. Pelo menos 7 viaturas escoltaram as 30 pessoas de Itajaí até o km 127 da BR-101 em Balneário Camboriú.
Pessoas em situação de rua afirmam que foram agredidas e ameaçadas
As pessoas afirmam que foram espancadas e ameaçadas pelos policiais militares. “[Mandaram ir] para Balneário ou para onde quiserem, mas não para Itajaí. Senão, a gente ia apanhar”, disse uma das vítimas.
“Não abordou, não perguntou nome, não me revistou, não botou mão no bolso, viu nada, e fez isso comigo”, relatou um homem, parte do grupo expulso.
“Eu não tenho dúvida, eles vão vir com mais sangue nos olhos, não tenho dúvida”, teme mais uma pessoa em situação de rua envolvida no caso em Itajaí.
Centro de Direitos Humanos apura caso de expulsão
O Centro de Direitos Humanos de Itajaí fez uma denúncia junto a corregedoria na tarde de terça-feira. Com a ocorrência da madrugada, encaminharam à promotoria um oficio indicando a denúncia do dia anterior para fiscalização e abertura de procedimento de investigação.
Além disso, o setor está em contato com a defensoria pública que possui um núcleo de direitos humanos para verificar se procederam com alguma ação e encaminharam também a secretaria de Assistência Social um ofício solicitando informações quanto as medidas tomadas pelo município.
Como estão as pessoas “expulsas” pela PM de Itajaí
De acordo com o Acolhimento Social de Itajaí, as mais de 30 pessoas que foram atendidas após a operação clandestina da Polícia Militar, não desejaram fazer o encaminhamento para dar continuidade ao atendimento da Assistência Social ou comunidade terapêutica, tampouco a inserção da família.
Todos estavam em situação de rua em Itajaí, porém são naturais das mais variadas regiões do país.
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