O corpo do ator Antônio Pedro está sendo velado na capela do Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, na Zona Portuária do Rio, nesta segunda-feira (13).
Além de familiares, artistas como Marcos Nanini, Tonico Pereira, Rodrigo França, Stepan Nercessian e Helena Fernandes foram se despedir do colega de profissão.
Nanini falou sobre a dor e a falta que o amigo fará. “Uma perda muito grande. Para mim, importantíssima porque a perda dele me bateu muito forte", destacou o ator.
O ator Antônio Pedro morreu neste domingo (12), aos 82 anos, de insuficiências renal e cardíaca no Rio de Janeiro. Ele estava internado em um hospital da capital. A cerimônia de cremação do corpo do artista está prevista para 15h30.
O amigo Tonico Pereira falou sobre a falta que o artista vai fazer para a cultura e também lamentou a perda do amigo.
“Antônio Pedro é uma perda muito grande, é o meu ideólogo preferido e também responsável por várias realizações profissionais minhas porque ele sempre me indicava, me levava. Era um amigão, eu não vou lembrar, porque ele vai estar junto de mim sempre, para sempre, com a sua orientação, com a sua cultura, com a sua inteligência. Ele era único, um pequeno grande homem”, lembrou Tonico.
Uma das filhas do ator, a também atriz Alice Borges, disse que todos sentirão falta de Antônio Pedro pelo que ele representou.
“É difícil, a gente fica com muita saudade, mas ele sempre foi um ser humano maravilhoso, muito presente, na profissão dele deixou um legado imenso. O grande público conhece ele do humor, da escolinha, do Zorra, mas ele foi um cara que viveu grandes momentos da dramaturgia, pertenceu a vários grupos, ele foi da política. Meu pai foi o 1° secretário de cultura do Rio, ele fez muito”, disse Alice.
Colegas de profissão do ator estiveram no velório para prestar as últimas homenagens, como a atriz Helena Fernandes e o diretor, ator, roteirista e ex-BBB Rodrigo França.
Carreira nos palcos e na política
Além de ator, Antônio Pedro foi diretor, roteirista e produtor.
Nascido no dia 11 de novembro de 1940, no RJ, Antônio Pedro Borges de Oliveira levou uma vida dedicada às artes. Começou a carreira na década de 1960, fez cursos e especializações em Paris, e atuou como diretor, roteirista, humorista e produtor em dezenas de filmes, peças e obras na televisão.
Estreou na TV Tupi em 1969, em “Super Plá”. Em 1972, fez sua estreia na TV Globo, na novela “O Bofe”.
Na emissora, participou de várias novelas, humorísticos, infantis e séries como "Sassaricando" (1987), "Bebê a Bordo" (1988), "Escolinha do Professor Raimundo" (1990/92/94), "Caça Talentos" (1996), ‘Explode Coração" (1996), "Sítio do Picapau Amarelo" (2002), "A Diarista" (2006), "Malhação" (2007/2009) e "Zorra" (2015-2017).
Seus últimos trabalhos na TV Globo foram em "Bom Sucesso" (2019), "Shippados" (2019) e "Filhas de Eva" (2021).
Também atuou no cinema nacional, onde participou de produções como "Gabriela, cravo e canela” (1983), “Dias Melhores Virão” (1989) e “O que é isso Companheiro” (1997). Entre seus últimos em filmes, estão o infantil “DPA 2” (2018) e a comédia “Meu Passado me Condena 2” (2015).
Além da carreira nos palcos, Antônio Pedro também teve participação no cenário político.
Na década de 1980, foi nomeado diretor de teatros da Funarj (Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro) e Secretário Municipal de Cultura do Rio. Na década seguinte, como coordenador do projeto Teatro na Uerj, criou, produziu e encenou 17 espetáculos, vídeos e palestras.
Antônio Pedro deixa três filhos: as atrizes Alice Borges e Ana Baird e Fabio Borges, de seu relacionamento atual com Andrea Bordadagua.
O Governo do Estado divulgou uma nota lamentando a morte e lembrando que, além de um artista completo, Antônio Pedro também teve "participações importantes na gestão pública da cultura" do RJ.
"A ausência de Antônio Pedro vai representar um vazio e uma perda enorme para a cultura brasileira", diz um trecho da nota. |