Antes de ser avistado nu pelas ruas da região, o homem tentou entrar sem camisa no Tirio (Terminal do Rio Tavares), após receber atendimento médico na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Sul da Ilha, localizada ao lado.
De acordo com o Consórcio Fênix, responsável pela administração do Tirio, o homem foi impedido de entrar e, em seguida, começou a correr nu pelas ruas.
A Polícia Militar foi acionada, encontrou-o em frente a uma escola da região e o conduziu para atendimento médico.
Mas afinal, o que são surtos psicóticos?
Segundo a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, o surto psicótico é como um episódio de desorganização da representação da realidade, podendo acontecer com qualquer pessoa em algum momento da vida.
Diversos motivos podem desencadear um surto, porém, as pessoas que sofrem de estresse intenso, de transtorno bipolar, transtornos de personalidade do tipo paranóide (paranoia), narcisista, esquizotípica ou borderline, podem ter uma propensão maior.
Os sintomas mais comuns são representados por sintomas como ansiedade, agressividade, dificuldade de comunicação, isolamento social, perda da noção de tempo e espaço, comportamento catatônico — ficar parado sem qualquer reação — e rápidas oscilações de emoções e de humor, como medo, euforia, pânico e raiva.
Ao contrário do que se pensa, o quadro não aparece de uma hora para a outra, a pessoa começa a apresentar sinais paulatinamente e estes podem trazer riscos ao indivíduo e quem o cerca.
Como ajudar alguém em surto psicótico?
De acordo com o psicanalista Fabrício Selbmann, para ajudar alguém em surto psicótico é preciso observar algumas dicas. As dicas de Selbmann são semelhantes ainda com o que diz o MDS, um manual de saúde usado por médicos de todo o mundo.
É necessário observar a percepção da realidade de alguém durante um surto psicótico, pois esta pode estar comprometida ou até mesmo inexistente. De acordo com o MDS, este é um dos pontos que mais diferenciam esse tipo de episódio de qualquer outra condição.
Alucinações, que podem afetar qualquer sentido, e delírios, que envolvem mudanças ideológicas também são sinais a serem observados. Além destes sinais, é preciso notar as mudanças abruptas de humor, falta de lógica nas falas e atitudes incoerentes que são indicadores importantes.
É essencial agir com cuidado para evitar comportamentos impulsivos que possam colocar a pessoa em risco. Se a situação se tornar agressiva ou violenta, buscar ajuda é fundamental. Serviços de emergência, como o SAMU (192), ou encaminhamento para um CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), são opções a considerar.
Durante um surto, confrontar a pessoa ou deixar objetos perigosos ao seu alcance deve ser evitado. É importante lembrar que os delírios e alucinações são reais para a pessoa durante o surto, e tentar convencê-la do contrário pode ser contraproducente.
O MDS termina as orientações reiterando: pedir ajuda é essencial, pois lidar sozinho com a situação pode ser perigoso e desafiador. Reconhecer a necessidade de ajuda é o primeiro passo para garantir a segurança de todos os envolvidos.
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