Um dialeto popular no Brasil diz: santo de casa não faz milagre. Na Chape faz, mas nem sempre com o devido reconhecimento. O Verdão quase foi eliminado da Copa do Brasil pelo modesto Mixto-MT, mas conseguiu a virada nos minutos finais do jogo com gols que tiveram a participação de atletas formados nas categorias de base do próprio clube.

O empate foi em cabeceio de Perotti. Aos 21 anos, o gaúcho é prata da casa e sofreu com as lesões no ano passado. Recuperado, aos poucos vai ganhando oportunidades com Claudinei Oliveira. No final de semana, ele também balançou as redes contra o Metropolitano, no Campeonato Catarinense.

Ainda se acostumando com as atenções, o atacante foi rápido ao falar com a imprensa na saída de campo.

- Muito feliz. Difícil o jogo desde o começo. Fomos merecedores da vitória. (O cabeceio) É muito treinamento, fruto do nosso trabalho - disse em entrevista para a rádio Oeste Capital.

Também moldado na base verde e branca, Lourency possui mais bagagem que o companheiro. Com 23 anos, o atacante participou da campanha do título da Sul-Americana, em 2016, atuou algumas vezes em 2017 e em 2018 fez uma boa Série B pelo Brasil de Pelotas.

Nesta temporada está perto de fazer o maior número de jogos com a camisa da Chape em um mesmo ano. Contra o Mixto, Lourency entrou após lesão de Victor Andrade e foi um dos melhores atletas em campo. Além de cabecear uma bola na trave e de quase abrir o marcador com uma jogada individual, deu o passe para o gol da virada, marcado por Everaldo.


- Foi um lance rápido. Comentamos no intervalo que o meio estava aberto, para ter mais personalidade de pegar a bola, girar e fazer a jogada, não escorar. O Gustavo tocou para mim e pensei em girar para definir ou dar o passe. Vi o Everaldo sozinho, toquei e ele fez o gol. Temos que parar um pouco de tomar o gol, estamos tomando deixando para jogar depois. Não dá, muitas das vezes não vamos conseguir sobressair - disse o camisa 13.

Lourency, Perotti, Bruno Silva, Tharlis. Jovens que buscam seu espaço no time profissional da Chapecoense e contam o respaldo de um Claudinei Oliveira atento aos atletas em formação. Mesmo sem a valorização necessária, alguns formados na Arena Condá mostraram que podem render bons frutos com a camisa verde e branca.