Enquanto os órgãos responsáveis investigam o que pode ter causado a queda de uma aeronave de pequeno porte na manhã do último sábado em Ipumirim, no Oeste catarinense, os vizinhos ao local do acidente tentam entender a tragédia de outra forma. Longe das teorias científicas, muitos tentam superar o trauma de uma situação atípica, onde não é possível fazer quase nada.
Nesta lista de moradores está Dalvino Klok, que falou à reportagem da Rádio Rural na manhã desta segunda-feira. Ele mora distante cerca de 150 metros do local da queda e foi quem acionou, pelo celular, o pedido de socorro aos bombeiros de Ipumirim.
Em relato durante o Show do Cezar Luiz, Klok contou que a primeira reação foi pegar o telefone, ligar para o 193 e sair correndo em direção à aeronave (OUÇA entrevista abaixo). Na linha, recebia as orientações enquanto as equipes se deslocavam ao local da queda, na comunidade de Serra Alta, distante cerca de 15 quilômetros do Centro do município.
“Estava sentado na varanda da casa, mas não ouvi barulho de motor ou nada parecido. Somente o estrondo do impacto. Na hora, imaginei que fosse um avião”, conta. “Liguei para os bombeiros e, com o celular na mão, corri para o local da queda. Não pensei em mais nada, somente em ajudar as pessoas. Cheguei a colocar a mão na parte de trás do avião, quando houve a explosão maior. Os bombeiros mesmo pediram, no telefone, que eu me afastasse do local por conta dos riscos”.
MUITO CALOR
Sobre a cena da tragédia em meio à mata densa, Klok lembra bem do calor que envolvia a aeronave. Ele conta que a temperatura estava quase insuportável e que, depois da segunda explosão, as chamas eram imensas.
PEÇAS SEGUEM NO LOCAL
A fuselagem da aeronave continua no local. As equipes que investigam as causas do acidente, lideradas pela Aeronáutica e pela Polícia Civil, recolheram o que consideraram mais importante, inclusive a caixa preta. Várias outras peças ainda estão espalhadas pela mata e despertam a curiosidade dos moradores da pequena Ipumirim, que tem pouco mais de 7,2 mil habitantes, e nunca havia presenciado um fato deste tipo. |