Em Lima desde a última sexta-feira, o centroavante Paolo Guerrero prepara últimos esforços para tentar voltar a jogar futebol ainda em 2018. Impedido de atuar nos próximos oito meses por conta de punição do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) por doping, o atacante do Inter se reuniu com o presidente Martín Vizcarra em busca de apoio para a empreitada jurídica na Suíça.
Os advogados do jogador alinham os detalhes finais de sua defesa. Já está definido que o peruano vai pessoalmente ao Velho Continente para tentar a revogação da suspensão por doping.
O pedido de ajuda ao presidente do país, aliás, não é inédito. Antes da Copa do Mundo, Guerrero se reuniu com Vizcarra para auxiliá-lo no caso . À época, conseguiu um efeito suspensivo que o liberou para disputar o torneio da Fifa e o permitiu ainda defender o Flamengo em alguns jogos após o Mundial.
Na última quinta-feira, a Justiça da Suíça revogou o efeito suspensivo que dava ao atacante o direito de entrar em campo. Assim, ele terá que cumprir o resto da punição por doping e ficará mais oito meses longe dos gramados, a menos que consiga reverter a punição no julgamento do recurso, cuja data ainda não foi marcada.
Defesa quer responsabilizar hotel
A linha de defesa é mantida sob sigilo, mas os advogados do peruano se esforçam para tentar desqualificar a prova colhida no processo. A sustentação é de que Guerrero ingeriu o metabólito da cocaína por contaminação a um chá servido pelo hotel que abrigava a seleção peruana em Buenos Aires antes de uma partida contra a Argentina, em outubro passado, pelas Eliminatórias da Copa.
Há uma busca para que o hotel se responsabilize pela contaminação e, com isso, afastar a tese de "negligência" do atleta na ingestão da substância ilegal. O jogador processou o estabelecimento e, de acordo com pessoas próximas a ele, estaria perto de conseguir que o hotel admita a responsabilidade pelo caso.
Em sua decisão pela punição do atleta, o TAS alegou que a ingestão da substância através do chá ocorreu por "negligência" do peruano. Em casos deste tipo, os regulamentos da Agência Mundial Antidoping (Wada) são rígidos e preveem suspensão de até dois anos.
Embora as chances de absolvição sejam consideradas remotas, a ideia da defesa é, ao menos, conseguir reduzir a punição ao peruano. A pena atual vai até abril, o que encerra a atual temporada e nem permite que estreie com a camisa do Inter em 2018.
O Inter acompanha os passos do peruano. Por não ser parte no processo, aguarda os próximos movimentos. Inclusive, para dar um suporte ao centroavante em caso de necessidade.
A defesa do peruano já esgotou as possibilidades ao entrar com recurso na Justiça Comum da Suíça, última instância cabível, já acima das esferas do direito desportivo. Com a revogação do efeito suspensivo, na última semana, resta apenas a decisão final do recurso já protocolado na Suíça. O julgamento está previsto para dezembro.
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