Vigente desde a segunda quinzena de dezembro do ano passado, a Lei do Horário Livre do Comércio, em Concórdia, está tendo um início discreto, sem muita abertura em horários diferentes. A legislação vai completar quatro meses na próxima semana, e para o presidente do Sindilojas, sindicato da classe patronal do comércio, Leocérgio Sarturi, o funcionamento dela está sendo bastante positivo, sem prejuízos aos trabalhadores.
Para Leocérgio, o principal objetivo da criação da lei é atrair consumidores de municípios da região para movimentar o comércio local em horários alternativos. E isso está acontecendo. O presidente destaca também que os funcionários continuam com tempo para seus afazeres de lazer. “Muitas pessoas falando que os funcionários iam virar escravos do comércio. A gente tá fazendo avaliação positiva. O comércio está abrindo em datas que queiram, a gente tem uma liberdade. A gente não vê todo esse problema que foi feito no ano passado. O pessoal continua frequentando todos os seus afazeres, seu culto, missa, futebol. Isso foi um ponto positivo para atrair mais consumidores da região”, pontua.
Conforme o presidente do sindicato, a abertura de algumas lojas em horários especiais, especialmente aos fins de semana, já está surtindo efeito no acréscimo de clientes no comércio. Sarturi ainda explica que ao longo do ano, a efetividade da lei passará por alguns ajustes. “Temos algumas coisinhas agora resolver entre dois sindicatos, mas é coisa pequena. A gente tá percebendo bastante movimento [no fim de semana]. A gente já vê mais e o consumidor tá falando ‘que bom que tem horário estendido’. Nós somos a segunda potência do oeste, precisamos aproveitar”, comenta.
Nos primeiros meses do ano, ainda é tímido o número de lojas que abrem em horários diferentes dos normais – algumas tem aberto nos sábados à tarde e aos domingos. Mas, segundo o presidente, algumas empresas têm visto o período como momento para testar os horários a serem aproveitados. A tendência é que isso se amplie no segundo semestre. “Algumas empresas estão evoluindo cada vez mais. Algumas empresas ainda estão entendendo que tem que abrir um ou dois sábados. A gente já teve lojas que abriram aos domingos e gostaram. E esperamos que virando o semestre, mais lojas vão aderir e abrir aos sábados à tarde”, destaca.
A criação da lei gerou desgastes e várias discussões no ano passado. O assunto voltou à tona no início de 2017 e teve o apoio de diversos setores da sociedade, bem como a retaliação de outra parcela, especialmente do Sindicato dos Comerciários. A presidente Janete Piccini será ouvida na edição de amanhã na segunda parte da avaliação especial sobre os primeiros meses da lei. |